quarta-feira, 9 de junho de 2010

Estrada seca




Uma estrada chamada sonho

Um sonho balançando na frente

que nem doce para criança


O doce saliva a boca

A boca pede um beijo

O beijo fica para outra hora

agora é hora de caminhar


A estrada pede meus passos

Os passos pedem meu amor

Cada raspa, cada gota

espalhadas em linha reta no asfalto quente

escorrem dos pulsos abertos


Gente parada no acostamento

"Moço, dá uma moeda?"

"Desculpa, eu não tenho."

Eu sigo andando descalço


Faz três anos que ela fugiu de casa

foi de mudança para o futuro

suspira, são saudades do dono

O dono angustiado chora uma prece

suspira, são saudades da alma.