Uma estrada chamada sonho
Um sonho balançando na frente
que nem doce para criança
O doce saliva a boca
A boca pede um beijo
O beijo fica para outra hora
agora é hora de caminhar
A estrada pede meus passos
Os passos pedem meu amor
Cada raspa, cada gota
espalhadas em linha reta no asfalto quente
escorrem dos pulsos abertos
Gente parada no acostamento
"Moço, dá uma moeda?"
"Desculpa, eu não tenho."
Eu sigo andando descalço
Faz três anos que ela fugiu de casa
foi de mudança para o futuro
suspira, são saudades do dono
O dono angustiado chora uma prece
suspira, são saudades da alma.