quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Os Signos... na prática


Signos. Eis um assunto que agrada. Se você acredita, você gosta. Se você não acredita, gosta também que eu sei!
O problema é que aquelas definições abstratas sobre as características dos signos não ajudam. Dizer que o leonino é narcisista e que o pisciano é meio voado é chato. O interessante é mostrar a atitude deles numa situação real.
Pois imagine essa situação. Os doze signos ficaram presos numa fábrica pelo lado de dentro. Observe a reação de cada um.


Áries:
Mete três socos, dois pontapés (e, dependendo, uma cabeçada) no portão e berra: "ABRE ESSA PORR...!!! NINGUÉM TÁ ME OUVINDO NÃO???? QUE DROGA!!! (BAM BAM BAM) ABRE SENÃO EU ARROMBO!!!"


Leão:
Levanta os braços e fala em alto e bom som: "Todo mundo, olha aqui. Vocês não se preocupem, pois EU vou resolver esse problema. Pois EU conheço o DONO desta fábrica e ele inclusive ME admira muito, EU vou reclamar com ele pessoalmente, possivelmente ele vai ME indicar para pedir desculpas oficiais a todos vocês..."


Escorpião:
Sério, aperta os olhos e fala calmo "Você podem escrever o que eu vou dizer... se eu pegar o infeliz que trancou este portão, ele vai se arrepender profundamente do dia em que nasceu..."

Virgem:
Pensativo ele fala: "Calma pessoal, vamos analisar a situação. São 5:17 da tarde, deve haver alguém da limpeza lá dentro. Se não houver, vamos agir com sensatez e ligar para a polícia... Alguém tem um celular aí? Ou quem sabe podemos tentar o outro portão dos fundos, ou talvez procurar pelas chaves no armário do zelador... É tudo uma questão de lógica e organização."


Peixes:
Sai de fininho, sem falar nada, senta-se num canto, joga a cabeça entre os braços, e começa a chorar baixinho.


Capricórnio:
Em silêncio, sério, olha para o relógio, e para o portão, olha para o relógio, olha para o portão, olha para o relógio...


Aquário:
Olha pro leonino e diz: “A culpa é sua!!” Deixa o leonino falando sozinho e, sem pensar muito, pula o portão, cai do outro lado, suja a roupa na terra, destronca o ombro, abre o portão para os outros, e sai andando rápido pois ainda tem um cinema pra pegar dali três minutos.


Gêmeos:
Desanda a falar "Galera, isso já aconteceu com um amigo de um amigo meu antes, lá em... em... como é mesmo o lugar?? Enfim, o lugar era muito legal, meus amigos sempre me convidam para ir lá, mas eu nunca pude por causa do trabalho e tal, mas enfim, sobre a coincidência, ah... Sobre o que eu estava falando mesmo??"


Libra:
Com um sorriso no rosto, diz para todos "Ih pessoal, relaxa... Poderia ser pior, só estamos presos aqui, mais nada... Por que a gente não se senta em roda aqui e bate um papo? Eu vou até a cozinha ver se tem um vinho... De repente admirar o céu, que tal? Aliás, vocês já pararam para ver como o pôr do sol está magnífico?!"

Touro:
Chegando mais perto, diz: "Espera aí gente, este cadeado não deve estar mesmo trancado, deixa eu ver... alguém tem um grampo aí? De repente se colocássemos 3 pessoas de um lado e 3 de outro empurrando, conseguiríamos abrir isso.. essas roldanas estão meio frouxas, isso seria fácil..."
Sagitário:
Abraçando um aqui e dando uns tapinhas nas costas de outro ali, diz: "Ah, que situação mais comédia! hahahahahahaha Isso me lembra uma piada, hahahah, vocês conhecem aquela do..."


Câncer:
Com a voz embargada, as mão na cabeça e os olhos no relógio, diz: "Ah não... hoje não... (snif), tenho que buscar as crianças no colégio, tenho um jantar lá na mamãe... ihh, meu feijão ficou no fogo!! Ah, não, isso sempre acontece comigo...(snif)"

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A Banda Mais Bonita da Cidade


E Fiat Lux!

Eu já disse que pouca gente gosta de música popular. A maioria acha que gosta, mas gosta mesmo só da parte da putaria e da cachaça.

Mas, pra quem gosta de verdade, seguem três canções que funcionam como um oásis na música popular de hoje. Um oásis chamado “A Banda Mais Bonita da Cidade”.

Oração:

http://www.youtube.com/watch?v=QW0i1U4u0KE

Essa já faz sucesso na Internet. O genial aí foi reabilitar a alegria como tema. Há décadas que a alegria é vista como tema pobre, sem profundidade. O rock’n roll, que começou com o tema da alegria, foi se distanciando dele e se tornando cada vez mais sombrio e negativo. O resultado é o fenômeno emo-depressivo-filovampiresco de hoje. A pressão do depressismo down foi tão grande que a molecada teve de inventar a escrotice do “emo colorido” porque não aguentavam mais aquela chatice.

Pois agora: viva o tema da alegria! Pros roqueiros que acham lindo estar em depressão, que vão chorar longe!

Mercadorama

http://www.youtube.com/watch?v=yPDGYglkMbg

Jazz! Com MPB! E do bom!

A poesia é inovadora. Fala do dia-a-dia de uma maneira original e agradável. Além de fazer algo inédito: inserir o choro numa letra de música... e funcionar! É por isso que eu digo: só gosto de arte experimental quando a experiência dá certo. Nesse caso, deu certo!

A Balada da Bailarina Torta:

http://www.youtube.com/watch?v=QdmuyJ6Rdaw

A mesma banda capaz de fazer uma ode à alegria como “Oração” foi capaz de fazer “Bailarina Torta”. É uma música comovente, forte.


sexta-feira, 8 de abril de 2011

Para beber Drummond



Às vezes preciso ler os poemas de Drummond. Nem sempre eu quero. Às vezes eu só preciso. E toda vez que o leio acabo pensando a mesma coisa: “o Drummond me entende!” Mas depois me recomponho e vejo que o Drummond entende é todo mundo. Ele entende essa raça desconcertante que nós somos: nós humanos.

E ler Drummond não é realmente ler. Lemos romances, ensaios, bulas de remédio. A boa poesia se bebe. Ela entra pela garganta e vai parar no estômago. Às vezes até faz mal. Mas quando aquilo digere, já é parte do seu sangue.

Às vezes, escutar um poema é melhor que ler. Por isso resolvi fazer uma lista dos meus poemas prediletos de Drummond com links no youtube.

1. Poema da necessidade.

http://www.youtube.com/watch?v=Mt1JR8BMBMA

2. Poema de sete faces.

http://www.youtube.com/watch?v=mBfm7EhzmVo&feature=fvwrel

3. Essas coisas.

http://www.youtube.com/watch?v=WzEz8q502WY

4. Consolo na Praia.

http://www.youtube.com/watch?v=GiLXc6tkZ9I

5. Quadrilha.

http://www.youtube.com/watch?v=C6tNuId7RNA

6. Destruição.

http://www.youtube.com/watch?v=t2tgDk1r0mA

7. No meio do caminho.

http://www.youtube.com/watch?v=wzz8NoFYsOs&feature=related

8. A bunda,que engraçada.

http://www.youtube.com/watch?v=odAtZbq4m9c

terça-feira, 29 de março de 2011

Stardust e a História do Jazz




Gostar de jazz não é como gostar de Asa de Águia. O cara tem que gostar de música. Para gostar de Asa de Águia e de Risca Faca basta o cara gostar de cachaça e de putaria.

Mas, mesmo gostando de música, o jazz cobra um pedágio de quem quer se deliciar com ele. A pessoa deve começar a ouvir. Ir ouvindo. No início não vai gostar muito. Depois de um tempo, a mágica acontece.

O problema é que a maioria das pessoas de hoje são tão estúpidas que preferem o que é novo ao que é bom. Preferem o pagode lançado mês passado pelos “Atrevidos do Samba” a ouvir uma obra prima de um mestre como Cartola. Sem falar de gêneros como a chamada “música eletrônica”, em que aquilo que foi lançado mês passado já não serve, é lixo. Cá pra nós, se uma coisa com um mês de idade já fede lixo é porque já nasceu podre.

No jazz, não vale o que é mais novo, vale o que é melhor. É por isso que podemos comparar a mesma música gravada por jazzistas em diferentes épocas de igual pra igual. Ouvindo as várias versões, você percebe a personalidade do músico. No jazz, o músico não “toca” simplesmente uma música, ele não segue a partitura como uma receitinha de bolo como ocorre na música clássica. Não, no jazz ele faz isso de maneira tão pessoal e distintiva que eu arrisco dizer que cada versão no jazz é uma espécie de “opinião” daquele músico sobre aquela música.

Uma das músicas de jazz que recebeu mais versões foi Stardust, escrita por Hoagy Carmichael em 1927. Ouvir as diferentes versões dessa música pelos vários jazzistas é uma boa maneira de conhecer a essência do jazz. Pra quem se interessar, segue aí uma lista em ordem cronológica de alguns jazzistas dando a sua “opinião” sobre Stardust.

Hoagy Carmichael – 1927:

http://www.youtube.com/watch?v=Em3xyZz_mow

Louis Armstrong – 1934:

http://www.youtube.com/watch?v=WIE6U6Lrtrc

Glenn Miller – 1941:

http://www.youtube.com/watch?v=Fw0zUpE9wQk

Nat King Cole – 1952:

http://www.youtube.com/watch?v=WOqGhn1fY68&feature=related

Dave Brubeck – 1953:

http://www.youtube.com/watch?v=edqgdEiyc-0

Ella Fitzgerald – 1956:

http://www.youtube.com/watch?v=lp5uBTsaURI

John Coltrane – 1958:

http://www.youtube.com/watch?v=VA0tmGl1j-g

Paul Desmond & Gerry Mulligan

http://www.youtube.com/watch?v=w84UYXYg7Bg

Rod Stewart – 1994:

http://www.youtube.com/watch?v=1mvxOAnEPtE&feature=related

Michael Bublé – 2002:

http://www.youtube.com/watch?v=cINpA4sSzu0

Stacey Kent – 2010:

http://www.youtube.com/watch?v=EkpeG9Ro3RM

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Às 3 da manhã



(Buste de Femme - Auguste Renoir - 1874)

Quando penso nela, minha vontade era ser poeta.

Poeta pra colocar no papel tudo o que ela, como quem rouba um beijo, coloca no meu peito.

Poeta pra transformar em tinta cada gota da química que nos passa pelos poros quando estamos juntos e que, por um caminho secreto, vão parar na alma.

Poeta pra traduzir em palavras a cor de seu sorriso naquele dia, pra misturar nossos nomes como misturamos nossas pernas. Poeta pra pintar com letras o contraste daquela pele com aquele cabelo que me fazem parar tudo e só olhar...

Poeta pra destilar em perfume cada aroma de poema que existe nela, e, depois do vinho, sussurrar tudo em seu ouvido às três da manhã.



segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Entre Sandy e Simone de Beauvoir


Como eu sei admirar as pessoas autênticas! A pessoa autêntica é aquela que em algum momento decidiu desenvolver sua própria personalidade ao máximo.

Minha ideia aqui é explicar o que entendo por autenticidade. Para isso cito duas pessoas absolutamente diferentes, mas com uma só coisa em comum: a autenticidade. Essas pessoas são Sandy e Simone de Beauvoir.

Você deve ter dito agora: Sandy?!! Sim: Sandy. A irmã do Junior, filha do Chitãozinho e Xororó (para mim é filha dos dois, porque eu nunca sei de qual dos dois...). A autenticidade de Simone é hoje mais do que reconhecida: a instigante esposa de Sartre, que quebrou todas as convenções que não lhe faziam sentido, que criou uma nova maneira de ser mulher, de ser esposa, de ser francesa, de ser humana. Mas a autenticidade de Sandy é muito pouco reconhecida... ainda. As mesmas pessoas que elogiam Simone criticam Sandy. Nem toda pessoa muito criticada é autêntica, mas toda pessoa autêntica é muito criticada. Simone foi muito criticada em sua época também. Hoje topei com esse desabafo da Sandy: “Não sou frágil como imaginam, é que engano porque sou pequenininha.”

Há um bom tempo que penso em fazer uma espécie de "ode à Sandy". Não pela sua beleza. Acho ela uma gracinha - mas não a ponto de lhe dedicar uma ode por isso. Faço uma ode à sua personalidade.

Para entender o que eu vejo na personalidade da Sandy, você precisa analisar o contexto em que ela vive. Depois que a Madona inventou – e a Britney Spears comprovou – que cantora que dá uma de “perva” faz mais sucesso, toda cantorazinha bonita que surge tem que se esforçar ao máximo para parecer que é pelo menos 3 vezes mais piranha que a moça que está rodando bolsinha na esquina. Imagino quantas vezes a Sandy – pelo menos desde os seus 14 ou 15 anos – teve que recusar o “conselho profissional” de marqueteiros e agentes desse ramo de que ela deveria fazer uma cara de vagabunda em algum videoclipe para tentar vender mais discos, ou de mostrar o apêndice num ensaio sensual na Revista Putas para aumentar seu cachê nos shows.

Não estou querendo dar uma de puritano, meu assunto aqui é autenticidade: se a personalidade, os valores, a história, enfim, se aquilo que faz da Sandy a Sandy combinassem com o jeito “safadinha” de ser, aí seria extremamente autêntico ela posar nua em revista, participar seminua de reality show... Mas aí ela não seria a Sandy.

O pior é quando, em vez de autenticidade, enxergam falsidade no jeito da Sandy. Já vi várias pessoas dizendo: “Ela quer dar uma de santa!”. Se minha intuição é tão boa quanto eu acho que ela é, a Sandy lida muito bem com sua sexualidade, mas entre quatro paredes, e com o marido dela. O que as pessoas têm que entender é que ela é uma mulher que foi criada com muito cuidado por pais bastante conservadores, e que ela herdou dos pais esses valores. Se ela resolvesse fingir ser quem não é para “agradar” quem a chama de “santinha do pau oco”, aí sim ela estaria praticando uma violência contra si. Violência essa que quase todas as pessoas cometem o tempo todo simplesmente por não se conhecerem, por não se respeitarem, simplesmente por não serem autênticas como são essas grandes mulheres pequenininhas Sandy e Simone de Beauvoir.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

As meninas de hoje


Era o primeiro dia de aula quando ele a viu pela primeira vez, sentiu uma coisa que nunca tinha sentido e pensou: “Eu acho que vou amar essa menina pra sempre.” Dia seguinte, a professora: “Paulo Henrique, sua redação foi a melhor. Venha aqui na frente e leia para nós.” Ele lê. Voltando para a sua carteira, ele passa olhando nos olhos dela, pareciam ainda mais lindos. Ela retribui com um olhar doce e diz: “Redaçãozinha de amor, que podre!”