O que você acha da “profissão” de filho de pai rico e generoso?
Eu penso que deva “dar pro gasto”. Imagine: Lamborgini El Diablo no “flat” de Milão, Aston Martin para “alegrar” a casa de Londres, uma Ferrarizinha Enzo amarela de presente de Natal, um “obrigado, papai” de pagamento. Viagens pelas ilhas gregas, navio super-ultra-pós-vip-high-class, passadinha no Marrocos para tirar foto com pobre (rico adora) e, em pagamento: “papai, tá lindo aqui, manda um beijo para a mamãe e mais 10 milhões”. Cútis cultivada a Moet Chandon, a escocês 18 anos, a caviar Beluga e a lagosta gigante do sudeste da Malásia (ou qualquer outra dessas coisas exóticas que rico adora meter no estômago). Agora, o melhor de tudo: ter tudo isso sem precisar de formação específica nenhuma e nem de produzir nada.
Fosse concurso, eu já estaria estudando. Fosse entrevista de emprego, eu estava na fila. Mas o único problema dessa “profissão” são as aspas. Essas aspas que acentuam a licença poética de usar o termo. É claro que esse posto não é uma “profissão”. É um presente do destino, dos deuses gregos que o playboy faz bem em ir visitar nas respectivas ilhas para agradecer. Para assumi-lo, é preciso “apenas” sorte. Essas aspas...
Uma típica integrante desse posto almejado é a mais famosa menos talentosa estrela do mundo: a tchutchuquinha da Paris Hilton. A vida dela é basicamente uma música do Seu Jorge: “vai no cabeleireiro, no esteticista...” Enfim, ela tem essa vida não por seu mérito, mas por mérito familiar. Em economês, ela não é um “membro produtivo dentro do fator mão-de-obra”. Não pense que estou escrevendo aqui para criticar a “futilidade da moça rica”. Não. Penso mesmo é que a Paris é um justo troféu de sucesso... para o pai dela. Ele produziu o que produziu e tem o direito de criar um bibelô mimado com o dinheiro que é dele. Há quem compre obras de arte, ele...
Minha intenção em falar da Paris é para explicar o que, na verdade, foi a Cuba socialista. Ela foi a Paris Hilton. É desconcertante a justeza da analogia. A única coisa que vejo não combinar é que o pai da Paris não faliu... Pois o pai que mimou a Cuba Hilton sim. Este foi a União Soviética nos idos da era ilusão socialista.
A URSS decidiu fazer daquela ilha o alvo da mais heterodoxa campanha de marketing da História. Enquanto os marketeiros tradicionais vendem uma idéia para ganharem dinheiro, os marketeiros do lado vermelho da força fizeram justamente o contrário: que se vá o “faz-me-rir” e que venham os iludidos.
Esta estratégia veio em resposta a um momento difícil passado pelos soviéticos: O capitalismo foi gerando uma imprensa cada vez mais forte e investigativa. A URSS e os demais países socialistas faziam um esforço digno de guerra para manter jornalistas, escritores e qualquer outra fonte de informações longe do que ocorria dentro de seus países. A chamada “opinião pública” internacional martelava cada vez mais nesse ponto. A razão do “mistério”? Hoje, todo mundo sabe: ninguém esconde o que é bonito. E o que o socialismo fez com a economia e com a qualidade de vida naqueles países, na vida real, não foi nada “bonito de se ver”.
A solução para os comunas veio através de uma idéia muito original, mas simples: escolheu-se um país pequeno e nele se criou uma economia próspera artificialmente, em que se consumia absurdamente mais do que se produzia. Depois, era só convidar os jornalistas para uma visita. Aliás, os chatos dos jornalistas, que, à esta altura, já não agüentavam mais aquele mistério todo e vinham se esforçando em encher bem o saco dos comunas.
A estratégia foi um retumbante sucesso: os jornalistas gastaram toda sua alegria de viver em dar a notícia de como o socialismo era uma coisa linda, leve, solta e sensual, e de como as crianças cubanas eram bem educadas, os pacientes cubanos bem atendidos, os pratos cubanos bem cheios e as bundas cubanas bem limpas. Anham, as bundas cubanas bem limpas. Depois disso ninguém mais “enchia” a paciência do “füher” soviético para ver como era esse tal de socialismo na prática.
Enfim, Cuba viveu bem uns vinte anos através da mesadinha gorda do papai e trabalhando apenas como vitrine viva da loja da foice e do martelo. Mas aí o papai quebrou (há quem conte que morreu) e Cuba teve que se virar com o que produzia. O resultado? Vou dizer apenas que Cuba não produz, até hoje, nem papel higiênico suficiente. As pessoas ficam horas na fila do jornal Granma, aquele com a fotinha estampada do Fidelzão Vaso Duralex Castro, para comprar com o quê limpar a bunda. Pois é, pois as bundas em Cuba já não são lá mais tão bem limpas. Nem o resto.
A julgar pela quantidade de gente que até hoje defende o socialismo se mirando em Cuba, concluímos que a campanha de marketing foi um retumbante sucesso. Apesar de hoje em dia os noticiários mostrarem diariamente o Fidelzão construindo palácios para si mesmo enquanto persegue e negligencia sua população, ainda há um vasto exército do “Cuba é um exemplo” por aí.
Sinceramente, Cuba pode até ser um exemplo, como a Paris Hilton também, só que ter um papai rico e generoso para te bancar não é o que se pode chamar de “escolha profissional”, e muito menos de modelo de desenvolvimento.
Putz! Cuba pode ter sido assim! mas Paris Hilton é uma escelentre atriz, cantora, modelo e principalmente empresaria! Os Reality Show's criado por ela são sucesso nos EUA, se ela é improdutiva a Gisele Bundchen também seria!
ResponderExcluirParis é polemica por ter feito um filme porno e ficar de balada e balada, mas ainda sim é muito preocupada com os negócios dela, e recentemente esta planejando algo novo! Por isso a comparação com Cuba não deu certo mesmo!
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