quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Às 3 da manhã



(Buste de Femme - Auguste Renoir - 1874)

Quando penso nela, minha vontade era ser poeta.

Poeta pra colocar no papel tudo o que ela, como quem rouba um beijo, coloca no meu peito.

Poeta pra transformar em tinta cada gota da química que nos passa pelos poros quando estamos juntos e que, por um caminho secreto, vão parar na alma.

Poeta pra traduzir em palavras a cor de seu sorriso naquele dia, pra misturar nossos nomes como misturamos nossas pernas. Poeta pra pintar com letras o contraste daquela pele com aquele cabelo que me fazem parar tudo e só olhar...

Poeta pra destilar em perfume cada aroma de poema que existe nela, e, depois do vinho, sussurrar tudo em seu ouvido às três da manhã.



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