quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O pau ambiental e o rabo da economia



Cada dia fica mais claro que a nova religião é a Ecologia. Ainda há os tradicionais adeptos de Cristo, Jeová, Alá, Buda ou Krishna que seja. Mas a religião que mais cresce mesmo é a tal da Ecologia. Alguém bom de frases já disse que o perigo de quem pára de acreditar em Deus é o de passar a acreditar em qualquer besteira. Pois é o caso.

Na verdade, os ateus sempre tiveram suas religiões, com o único diferencial de não saberem que as tinham. Antigamente era o comunismo: o cara saía da Igreja e quando via estava adorando a Marx Pai, Lênin Filho e Trotski Espírito Santo. Como hoje se tornou simplesmente impossível uma pessoa com menos de 50 anos ou mais de 80 de Q.I. acreditar na salvação vermelha do comunismo, os ateus ficaram órfãos. Pois é aí que entra a mãe natureza: vem acolhendo todo mundo.

Nesta nova religião, que começou com os profetas do “salvem as baleias” e passou pela lenda urbana mais espalhada da História – a do “bicho papão do buraco da camada de ozônio” –, o inimigo (toda religião precisa ter um) vem se firmando e concentrando cada vez como sendo a Economia. Esta parece estar assumindo o cargo de Belzebu “coisa-ruim” da doutrina. Tudo o que é lucrativo é suspeitoso para as ararinhas azuis do sudoeste da Malázia que vivem na Tanzânia e fazem um pipizinho na Nova Zelândia. Se for trazer algum lucro então, pecado capital! A palavra “progresso” assume o lugar de palavras como “luxúria” (para os cristãos) e “mais-valia” (para os comunas) – ou seja, palavrão mesmo! Alguns não-fiéis bem intencionados tentam contemporizar com o exército do era-melhor-o-ser-humano-não-ter-existido e inventam termos como “desenvolvimento sustentável”. Vale a tentativa... frustrada.

Fico pensando que, agora que o “lado vermelho da força” vinha dando uma trégua (com todo o seu boicote e pessimismo) e vinha surgindo uma chance mais séria para esse nosso país acreditar e avançar de verdade nesse jogo em que se joga querendo ou não (e é melhor querer) chamado capitalismo, surgem esses ecobobos colocando água no chope. E é impressionante como, nessa nova religião ateia, quase tudo o que atrapalhava na outra continua. Agricultor continua sendo tratado como seguidor do diabo, industrial então merece fogueira, empreendedor é mensageiro do Apocalipse. Aliás, eles pregam um apocalipse ecológico mesmo...

O que eu acho mesmo é que as religiões parecem estar acompanhando as armas e ficando mais perigosas com o tempo. Hoje em dia, só nos resta decidir entre entrar para a Universal e correr o risco de perder a casa, o carro, as economias, o tênis, a cueca e os três reais em moedinha de 10 que você estava guardando pro vigia, ou passar a gozar enquanto o pau ambiental acaba com o rabo da nossa economia.

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